Douglas Ball

Douglas Ball se lembra perfeitamente de seu primeiro design: “Eu tinha uns quatro anos e estava na casa da minha avó, choramingando porque não havia nenhum brinquedo. Irritada, ela me entregou um lápis e uma folha de papel, e disse: “Toma. Desenhe o que quiser”.

E é isso que ele tem feito desde então.

Ball formou-se pelo Ontario College of Art e começou a trabalhar como consultor na Sunar, uma antiga empresa canadense que desenhava, inicialmente, todo tipo de produto; “mas, por causa da minha preferência por móveis, acabamos seguindo os dois nessa direção”, diz Ball.

Embora tenha passado a maior parte da carreira trabalhando com móveis para escritório, o transporte para pessoas com necessidades especiais também lhe chamou a atenção. Na verdade, por uma feliz série de circunstâncias, chegou a desenhar uma cadeira de rodas para a Rainha-Mãe de Omã.

Apresentou o primeiro sistema de móveis para escritório, chamado Race, à Sunar em 1980; já o Clipper CS-1, uma estação de trabalho independente para computador, na forma de cápsula, faz parte do acervo permanente do British Design Museum, em Londres.

Uma das coisas que o faz gostar de trabalhar com móveis é o fato de ser continuamente desafiado a encontrar novos caminhos. “A meu ver, os projetos mais interessantes são aqueles que nos levam a um caminho completamente novo, em que cada passo é uma descoberta”, afirma Bell. “Não basta consultar livros ou revistas para resolver o problema, você mesmo precisa encontrar a solução”.

Para o My Studio Environments, ele basicamente reinventou o paradigma dos sistemas existentes, combinando, com criatividade, as características complexas e contraditórias do escritório particular e do cubículo aberto. “Além de dar adeus aos escritórios com portas, os funcionários tiveram de abrir mão de espaço”, conta. “Meu objetivo era otimizar a área de trabalho, para que ela parecesse maior do que realmente é. Quero que as pessoas cheguem na segunda-feira de manhã e sintam-se felizes por estar ali”.

Porém, explica Ball, ele próprio sempre preferiu trabalhar em espaços pequenos. “Gosto do interior de um veleiro, por exemplo, e tenho uma Kombi antiga com um belíssimo interior, bastante compacto e funcional. Por isso, gostei muito do desafio de projetar o My Studio Environments”.

Embora o sistema de interiores Vivo, precursor da Canvas Office Landscape, tenha lhe apresentado um conjunto diferente de critérios, foi novamente a atenção aos pequenos detalhes – como o pequeno filete reluzente entre os ladrilhos – que ajudou a alcançar o efeito estético desejado.

Relembrando sua carreira longa e de sucesso, Ball diz que se pergunta, com frequência, se teria feito as mesmas escolhas caso houvesse nascido algumas gerações mais tarde. “As crianças de hoje têm brinquedos demais, não precisam desenhar”, ri. “Quando eu era pequeno, as coisas eram muito diferentes”.

E, graças a este criativo solucionador de problemas, os ambientes de escritório de hoje também são muito diferentes.

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