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Design de Interiores – A importância das cores

Diz-se que a cor de um produto tem mais importância que o estilo e que é o primeiro fator a que respondemos. As cores, mais que conhecidas, são sentidas. Em muitos momentos da arte foram atribuídas a elas propriedades tão imateriais quanto reais, como movimento, simbolismo, temperatura, som musical e estado de espírito. Algumas técnicas são frequentemente visitadas para a escolha harmônica de cores nos ambientes, como as interações do círculo cromático e o Feng Shui.

Entre os estudos das cores ao longo da história, a Bauhaus, escola de artes aplicadas e arquitetura, teve uma importante contribuição no desenvolvimento dos estudos das cores.

Teóricos desta escola perceberam e exploraram as inúmeras leituras possíveis para cada cor. Um deles, Josef Albers, fez uma grata contribuição ao tema quando sistematizou, em seu livro A interação da cor, que uma cor deve ser analisada por contraste e comparação com outra.

Sendo assim, faz todo sentido descobrir o que as cores nos fazem sentir e trazer aos nossos ambientes cotidianos de trabalho, lazer, descanso e alimentação as propriedades desses coloridos. Energia, harmonia, serenidade, sobriedade, conforto, tudo isso, pode nos tocar primeiro pela visão. Por isso, uma paleta de cores que dialogue com o dia a dia das pessoas e que circule graciosa entre móveis, paredes, obras de arte, eletrodomésticos pode melhorar (e muito!) seu estado de espírito. Portanto, é preciso convidar as cores certas a entrar.

O círculo cromático é composto por doze cores e elas podem ser combinadas de diversas formas. A combinação complementar, por exemplo, consiste no encontro dos tons que estão em lados contrários no círculo cromático. O azul e o laranja ou o roxo e o amarelo, por exemplo, são combinações complementares. A combinação entre três cores deve ser feita com cores equidistantes no círculo cromático, formando um triângulo. As combinações análogas, que dão efeito de degradê transmitem mais paz e serenidade do que as combinações anteriores, que primam pela vivacidade e energia. A combinação em fenda é feita por uma cor primária e duas complementares (que são formadas pela mistura de cores primárias) que estejam de lados opostos do círculo.

No Feng Shui, a prática chinesa milenar de harmonização dos ambientes, as paredes são consideradas as guardiãs das casas, as cores são símbolos. Elas são separadas por seu efeito no movimento da energia. De acordo com esta prática, as cores que aceleram a energia são amarelo, vermelho e turquesa. Um fato curioso é que, na cultura ocidental, o azul é considerado uma cor fria, ou seja, uma cor que não se movimenta tanto em si mesma, porém,
nesta sabedoria chinesa, ele pode ser uma cor de alto teor energético. As cores que transmitem mais lentidão são marrom e ferrugem. Para energias mais suaves, a aposta é em tons pastel, verde claro, coral e rosa claro. O laranja e o azul mais vibrante estimulam a criatividade e o roxo e o lilás falam sobre espiritualidade. Tons vibrantes também podem conviver com objetos ou móveis de cores mais delicadas.

Um espaço branco, se for muito grande, pode acelerar a energia e aumentar a ansiedade, por exemplo. As cores podem auxiliar o equilíbrio mental, espiritual e físico.

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