A arquitetura e o design têm uma influência enorme na forma como nos sentimos. Segundo o arquiteto e designer Thomas Heatherwick, que assina projetos que alcançaram grande visibilidade nas últimas décadas, como a torre Vessel, em Nova York, e a versão atual dos célebres ônibus londrinos de dois andares, a função crucial da emoção têm sido no entanto negligenciada por aqueles que projetam edifícios ao redor do mundo. Em uma apresentação na conferência TED realizada no ano passado, Heatherwick descreveu a arquitetura mais difundida hoje como sendo tediosa ao ponto de ser prejudicial à saúde.
No mantra “a forma segue a função”, disseminado ao longo do último século, supõe-se que a beleza virá junto automaticamente, e descarta-se qualquer preocupação com os detalhes, entendidos como “decoração desnecessária”, diz ele. Porém os prédios podem nos ajudar a nos conectar, assumindo grande significado para nós, contanto que a maneira como eles nos afetam tenha importância primordial nos projetos, afirma Heatherwick. A torre projetada por Sou Fujimoto em Montpellier, com sua incrível texturização, é citada pelo arquiteto londrino como exemplo de uma arquitetura cheia de alma, com uma potência afetiva singular.
Heatherwick também cita soluções encontradas pelo seu próprio escritório, visando mostrar a viabilidade de prédios “radicalmente humanos”. No centro de aprendizagem projetado por sua equipe para uma universidade de Singapura, o formato tradicional de edifícios educacionais composto por inúmeros corredores e salas com pouca ou nenhuma iluminação natural dá lugar a uma estrutura de espaços entrelaçados, onde encontros e conexões são favorecidos, e a luz solar abunda. Doze torres, cada uma delas uma pilha de salas de aula arredondadas, afunilam-se para dentro em sua base em torno de um generoso átrio central público para fornecer cinquenta e seis salas de aula sem cantos ou frentes ou fundos óbvios.
Outro projeto do qual Heatherwick se orgulha é o de um centro de tratamento para pacientes com câncer, em Leeds, na Inglaterra. Preocupado em aumentar a vegetação no local, consciente de sua ação positiva nos processos de cura, o Heatherwick Studio criou um prédio-jardim, com 17 mil plantas. No interior, predominam materiais naturais e táteis, iluminação suave e uma variedade de espaços concebidos para encorajar oportunidades de socialização, bem como a contemplação tranquila. Assim, focando na emoção dos usuários e colocando seu bem-estar em primeiro lugar, Heatherwick consegue favorecer o sentimento de esperança, onde ele é mais necessário.
No design de móveis, esse foco na emoção permitiu a Heatherwick criar, em colaboração com a Magis, uma poltrona extraordinária, a Spun, com a qual é possível realizar rotações em perfeito equilíbrio, além de sentar-se em uma posição estática e confortável. O movimento e a mudança de perspectiva apresentam-se, assim, como antídotos à monotonia que às vezes predomina nos espaços de trabalho, ou potencializadores da diversão que ocorre em áreas externas e de recreação. Como revela o designer no vídeo de divulgação da Spun, ele e os membros do escritório surpreenderam-se ao criar uma poltrona que se move de forma tão diferente e divertida. Porém, o caminho que os levou a tamanha proeza torna-se mais claro ao olharmos para suas reflexões acerca da arquitetura e o conjunto de sua obra.
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Spun, a poltrona rotacional de Thomas Heatherwick para a Magis, está disponível na Atec. Entre em contato conosco ou visite uma de nossas lojas e divirta-se.