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Ray Eames: moda e arte

Em 1933, Ray Kaiser, que se tornaria internacionalmente famosa como Ray Eames – depois de casar-se com Charles Eames -, formou-se em design de moda pela Bennett School for Girls em Millbrook, Nova York. Embora a direção de sua carreira tenha girado em torno de outros aspectos do design, Ray continuou a fazer esboços e desenhos relacionados ao longo de sua vida.

A experiência prática inicial de Ray com moda contribuiu para seu trabalho posterior como designer de móveis e multiartista, não apenas como um exemplo de seu processo iterativo, mas também de forma mais direta. Ray desenhou estampas, como a célebre Dot Pattern, roupas para ela e Charles, vestes de coro para uma igreja e uniformes para funcionários do Pavilhão da IBM durante a Feira Mundial de Nova York de 1964.

Depois de se formar na Bennett School for Girls, Ray mudou-se para a cidade de Nova York. Ela se tornou uma exploradora entusiasta da cultura da cidade. Ray passava seus dias estudando pintura com o renomado expressionista abstrato Hans Hofmann. Ela fez amizade com vários alunos de Hofmann, como Lee Krasner e Mercedes Matter, muitos dos quais se tornaram pintores conhecidos.

Em 1937, como uma das fundadoras da American Abstract Artists, ela expôs suas pinturas na primeira exposição coletiva da organização. Ray deixou a cidade de Nova York e o círculo de Hofmann em 1939, quando decidiu cursar tecelagem e arte na Cranbrook Academy of Art, em Michigan. Foi lá que ela conheceu Charles Eames e sua vida mudou de forma determinante.

Após alguns anos de parceria com Charles, ela começou a fazer menos pinturas – pelo menos no sentido tradicional. Charles comentou sobre isso durante uma de suas apresentações em 1952, dizendo:

“Minha esposa é pintora, para lá de boa, e trabalhamos juntos há doze anos. Eu preciso dizer, seus amigos da American Abstract Artists Association vêem de forma muito negativa o fato de Ray não ter exibido nenhuma pintura ou, na verdade, não ter feito muitas pinturas ultimamente, no sentido que você pode pintar algo e colocá-lo em uma moldura. Agora, realmente, penso que ela tem trabalhado de forma consistente como pintora, e muito bem, porque, na verdade, sua mão e tudo o que ela faz é parte de tudo o que realizamos. E se pensarmos na aparência de alguma cor em um edifício… Você sabe, ela está realmente trabalhando como uma pintora, além da percepção.”

Ray claramente concordava com o que Charles disse. Em 1982, quando uma jovem perguntou-lhe: “Sra. Eames, como foi desistir da pintura? Ray respondeu sucintamente:

“Nunca desisti de pintar, eu apenas mudei minha paleta”

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