Jorn Utzon foi um arquiteto dinamarquês, que se tornou mundialmente conhecido por conta de suas criações únicas, dinâmicas e imaginativas.
Contar sua história é também explorar algumas das influências mais celebradas em todo o design mundial.
Sabendo disso, preparamos este artigo especial sobre ele e suas influências. A seguir, saiba mais sobre as obras de Jorn Utzon, sua trajetória e principais inspirações.
Conheça quem foi Jorn Utzon
Jorn Utzon nasceu em Copenhague no ano de 1918 e cresceu na cidade de Aalborg. Trata-se de uma região portuária, em que seu pai trabalhava como diretor do estaleiro e arquiteto naval.
Seus estudos começaram em 1937 e a graduação foi concluída em 1942. Em 1950, ele abriu seu escritório de arquitetura e, em 1952, terminou o projeto de sua casa em Hellebaeck.
Até 1957, o trabalho de Utzon passou relativamente despercebido. Foi então que ele superou influentes nomes internacionais e foi escolhido para projetar a Opera House de Sydney, na Austrália.
A construção ganhou reconhecimento global, tornando-se a mais célebre de sua carreira e o motivou a realizar outras grandes obras em diversos países.
Os principais marcos de sua carreira foram o Prêmio Sonning, recebido em 1998, e o Prêmio Pritzker de 2003, considerado o mais importante da arquitetura mundial.
Jorn Utzon faleceu enquanto dormia, no final de 2008, aos 90 anos de idade. Ele deixou dois filhos, sua esposa e vários netos.
Abordagem em suas obras
Desde jovem, Jorn Utzon era apaixonado por arte. Pintores como Carl Kylberg e Povl Schröder tinham grande influência sobre ele, muito por conta de seu trabalho emocional.
Durante a graduação, ele passou a ter contato com o design escandinavo. Contudo, procurava uni-lo aos seus estudos sobre formas naturais, relações de paisagem, arquitetura neoclássica e princípios modernistas.
Logo depois de formar-se em 1942, ele trabalhou na Suécia até o fim da II Guerra Mundial. No período, teve a oportunidade de conhecer e de trocar experiências com referências como Alvar Aalto e Gunnar Asplund.
Já em 1949, Utzon ganhou uma bolsa para estudar nos EUA e no México. Foi quando ele teve contato com alguns dos conceitos mais influentes da época, como as obras de Richard Neutra, Mies van der Rohe e a escola de Frank Lloyd Wright.
Muitos foram as referências que marcaram sua vida. As maiores talvez sejam a de Le Corbusier, que ele também conheceu pessoalmente, e a de Felix Candela, que serviu como base para a engenharia de estruturas em hipérbole utilizadas no Opera House.
A partir de todas essas experiências, é fácil perceber que Jorn Utzon não enxergava um único padrão na arquitetura. Na verdade, ele acreditava que as construções deviam fundir diferentes influências e ter formas baseadas na diversidade das culturas.
Além disso, Utzon defendia que as edificações tinham que se relacionar com o meio. Portanto, compreender as influências locais para ele era fundamental, pois só assim as pessoas poderiam admirar os edifícios no cotidiano.
Design mais famoso do portfólio
A grande projeção de Jorn Utzon ocorreu com a construção do Opera House. O projeto começou a ser idealizado em 1957.
A partir do reconhecimento conquistado com a obra, ele se tornou responsável por outras criações reconhecidas internacionalmente.
Entre as mais famosas, podemos citar o edifício do parlamento em Kuwait de 1978, seus conjuntos residenciais na Alemanha em 1962 e o Banco Melli do Irã em 1963.
Já na Dinamarca, o número de projetos foi ainda maior, sendo que seria impossível mencionar todos eles neste artigo.
Para citar os mais famosos, temos a Igreja de Bagsværd em 1977 e a loja Paustian de 1987, localizada em Copenhague.
Feita essa breve introdução sobre as obras de Jorn Utzon, confira abaixo os elementos que tornam tão única a sua criação mais célebre: o Opera House.
Sydney Opera House
Considerado um projeto visionário, o Opera House foi o maior da carreira de Jorn Utzon. Depois de superar a concorrência internacional para a construção em 1957, ele começou a edificação junto de sua equipe em 1959.
Trata-se de uma estrutura de concreto pré-moldado, trabalhado a partir das seções de uma esfera e constituído em um sistema de nervuras.
A ideia de Jorn Utzon remeteu à sua infância em Aalborg e à sua defesa de uma arquitetura baseada na cultura local. Isso porque, as conchas próximas do porto retratam grandes velas brancas de navios, que criam o contraste perfeito com as águas azuis do oceano.
Excêntrico, Jorn Utzon também teve o projeto influenciado pelo pintor renascentista Rafael. Além disso, o produziu ouvindo a música clássica de Bach.
Para atingir o padrão desejado, as conchas foram cobertas por 1.056.066 telhas cerâmicas feitas na Suécia com pedra britada e argila.
Por conta da complexidade, a estrutura do telhado e a colocação das telhas demorou 11 anos. Inclusive, o aumento do tempo de conclusão do orçamento fez o governo questionar Utzon e a cobrar mais celeridade, o que ocasionou uma disputa que o motivou a se demitir em 1966.
Na ocasião, foram realizados protestos e até um abaixo-assinado com mais de 3.000 assinaturas de artistas, intelectuais e cidadãos pedindo sua volta. Apesar dos esforços, Jorn Utzon nunca mais retornou à Austrália.
Reconhecido como uma obra-prima da arquitetura, o Opera House foi inaugurado pela Rainha Elizabeth II em 1973. Anos depois, celebrando o design visionário de Utzon, a edificação foi declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 2007.
O pendente Jorn Utzon
Um dos elementos mais marcantes das conchas do Sydney Opera House é o contraste que elas criam entre luz e sombra.
Essa é uma característica recorrente no design de Jorn Utzon, que não limitou-se às grandes obras e também elaborou projetos especiais para alguns produtos.
Nesse sentido, uma das criações mais famosas é o pendente Concert. Uma luminária constituída por quatro camadas que emitem uma luz uniforme entre si.
A fim de garantir uma sensação suave e agradável para os usuários, a parte inferior impede o brilho e suaviza a iluminação ao direcionar a luz para baixo, o que independe da sua altura.
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