Quem hoje conhece e aprecia as confortáveis cadeiras Aeron, Mirra, Embody e SAYL, da Herman Miller, talvez nem imagina como tudo começou. A apresentação da primeira cadeira ergonômica de trabalho do mundo, a Ergon, ocorreu há quatro décadas, no ano de 1976. No entanto, Bill Stumpf – designer e um dos principais responsáveis pela criação – precisou antes fazer pesquisas e entender alguns conceitos para, então, projetar a cadeira que mudaria para sempre o mundo desses móveis de escritório.
Bill Stumpf nasceu nos Estados Unidos em 1º de março de 1936. Se estivesse vivo, teria completado neste mês 80 anos. Sua relação com a Herman Miller Research Corporation aconteceu no início de 1970. Na época, a maioria dos trabalhadores de escritório utilizava cadeiras primitivas e desconfortáveis. Era necessário pensar em algo novo, que promovesse o bem-estar das pessoas e as deixasse confortavelmente aptas para o trabalho, valorizando também a saúde desses trabalhadores.
Foram aproximadamente 10 anos de estudos até o lançamento da Ergon. Tendo como foco o significado de ‘conforto’, Stumpf concluiu que a forma humana não possuía linhas retas, mas sim biomórficas (baseada em curvas, em continuidades). A partir desse conceito, as cadeiras seriam projetadas como uma metáfora da forma humana no visual, bem como a sensação tátil.
Uma vez definida a ideia e o significado de conforto, Bill Stumpf continuou seus estudos com uma vasta pesquisa sobre ergonomia. Para isso, realizou trabalhos com especialistas em medicina ortopédica e cardiovascular. Era preciso compreender os efeitos das cadeiras e da postura no sistema circulatório, nos músculos e nos ossos.
A criação da Ergon foi o ponto de partida para aprimoramentos e evoluções desses móveis de escritório. Todo o estudo que foi feito para se chegar até a Ergon – incluindo uma abordagem rigorosa e técnica, baseada em pesquisas para design de produto – se tornou prática comum ao longo dos anos. Os critérios de conforto de Stumpf influenciaram e ainda influenciam os projetos das cadeiras Herman Miller, principalmente a Aeron, considerada a mais bem-sucedida de todos os tempos.