QUANDO: 06 de maio de 2015
ONDE: Atec Cultural, no showroom da Atec Original Design
ENDEREÇO: Av. Brig. Faria Lima, 1.800 – 10º andar
CAPACIDADE: 60 lugares
INSCRIÇÕES: pelo telefone 11 3056-1800
PREÇO: a entrada é gratuita
“A dona de casa dos subúrbios tornou-se a concretização do sonho da americana e a inveja, dizia-se, de suas congêneres do mundo inteiro. A dona de casa americana, libertada pela ciência dos perigos do parto, das doenças de suas avós e das tarefas domésticas era sadia, bonita, educada e dedicava-se exclusivamente ao marido, aos filhos e ao lar, encontrando assim sua verdadeira realização feminina. (…) Tinha liberdade de escolher automóveis, roupas, utensílios, supermercados e possuía tudo o que a mulher jamais sonhou.”
A citação é de Mística Feminina, de Betty Friedan (1963); foi para esta dona de casa, sua angústia e doença, que ela cunhou a expressão “problema sem nome”. Ao ler essa passagem podemos pensar em Betty Draper, de Mad Men e sua vida aparentemente perfeita. Nos anos que se seguiram à Segunda Guerra Mundial, o american way of life exportou (pois era uma política de governo) uma série de sonhos, dentre eles o da casa com jardim, sem cercas e muros, e bem equipada. Ali, deveria reinar a dona de casa.
Os impasses dessa mulher e dessa família estão em boa parte dos capítulos da consagrada série Mad Men, mas também em alguns filmes, dentre os quais destacamos Foi apenas um sonho, de Sam Mendes e a primeira versão de Stepford Wives, de Brian Forbes. Estes filmes, assim como a série, tematizam, por meio dos dramas de suas personagens, os impasses e fraturas vividos por aquela sociedade em sua dimensão mais privada: a casa.
Silvana Rubino é cientista social (USP), mestre em Antropologia Social e doutora em Ciências Sociais (UNICAMP). Professora do Departamento de História da UNICAMP desde 2003. Dedica-se a temas como patrimônio cultural, arquitetura moderna, história das cidades e história intelectual. Atualmente prepara um trabalho de Livre-docência sobre a participação feminina na arquitetura moderna. Organizou (com Marina Grinover) Lina por escrito, Cosac & Naify, 2009. Foi curadora da Ocupação Mário de Andrade, Itaú Cultural, junho-julho de 2013 e assistente de curadoria da exposição Lina Bo Bardi Born in 1914, Johann Jacobs Museum, junho-setembro de 2014.