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Atec Cultural de Setembro – Casas e casais, a residência Eames e outras residências famosas do século XX

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QUANDO: 29 de setembro de 2015
ONDE: Atec Cultural, no showroom da Atec Original Design
ENDEREÇO: Av. Brig. Faria Lima, 1.800 – 10º andar
CAPACIDADE: 60 lugares
INSCRIÇÕES: pelo telefone 11 3056-1800
PREÇO: a entrada é gratuita

A próxima palestra do Atec Cultural será realizada, com apoio da revista Projeto, no dia 29 de setembro e terá como tema: “Casas e casais, a residência Eames e outras residências famosas do século XX”.

Entre 1926 e 1929, a arquiteta irlandesa Eileen Gray projetou e construiu, com seu parceiro Jean Badovici, uma casa de veraneio em Roquebrune-Cap-Martin. A linda paisagem litorânea podia ser descortinada a partir das aberturas que se estendiam do teto até ao chão desse elegante volume concebido em “L”, ao mesmo tempo aberto e compacto. No projeto, as fronteiras entre arquitetura e design de interiores diluem-se. Foi batizada de E1027, um código relacionado às iniciais do casal de amantes. Separaram-se logo após o término da construção. Gray seguiu com a casa, em que recebia hóspedes como Le Corbusier, em um cômodo cujo acesso ocorre por uma elegante escada em espiral. Sem qualquer tipo de consentimento prévio, este deu-se a liberdade de produzir e completar, em 1938, uma série de murais nas paredes da casa de Gray. Ao publicar os murais, Le Corbusier omitiu a autoria do projeto da casa, facilitando, talvez inadvertidamente, a atribuição do projeto a si mesmo.

Pouco menos de duas décadas depois, nos Estado Unidos, tomou lugar uma das iniciativas mais interessantes no âmbito da arquitetura residencial. Em janeiro de 1945, era publicado o edital das Case Study Houses. Empreendida por John Entenza, editor da revista de arquitetura californiana Arts & Architecture, a experiência consistia na idealização de casas para a classe média, que representassem uma visão inovadora do morar.

A casa projetada pelo casal Eames tornou-se uma das mais divulgadas e conhecidas do público amplo. Feita em estrutura metálica com painéis internos de fechamento, possuía dois pavimentos e setores separados para descanso e trabalho. Embora o trabalho fosse resultado de uma co-autoria, Ray Eames não chegou a obter o mesmo reconhecimento que Charles.

Na época em que Eileen Gray e Ray Eames estiveram em atividade, o reconhecimento do valor de seus trabalhos era eclipsado por uma visão predominantemente masculina da arquitetura e da história. Mais recentemente, arquitetas e designers como elas vêm sendo resgatadas e reconhecidas pelo valor e pelo papel de seus projetos pioneiros.

Ana Gabriela Godinho Lima, arquiteta e urbanista, professora e pesquisadora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Visiting Researcher na University of Hertfordshire, Reino Unido, é co-editora do BAC- Revista de Investigación y Arquitectura Contemporánea da Escola Técnica Superior de Arquitetura da Coruña, Espanha. Coordena os blogs “Feminino e Plural: Percursos e Projetos de Arquitetas e Designers” (femininoeplural.wordpress.com) e “Curso de Escrita”(cursodeescrita.wordpress.com). Suas pesquisas dedicam-se a explorar os processos criativos do projeto e as questões de gênero no ensino e prática de arquitetura e design, sobre os quais tem publicado livros e artigos.

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