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A Psicologia das cores: como afeta o comportamento humano?

A psicologia das cores está diretamente relacionada aos comportamentos das pessoas, e essa influência sobre a psique humana é largamente explorada no universo da arquitetura. 

Segundo uma pesquisa abordada no portal Quick Sprout, um indivíduo leva cerca de 90 segundos para julgar qualquer item subconscientemente, sendo que até 90% dessa avaliação é baseada na cor.

Ainda que o dado trate mais sobre produtos e marcas, isso diz muito sobre como as tonalidades apresentadas perante nossos olhos são influentes mentalmente. Diante desse fato, é evidente que a disposição da decoração, do mobiliário e dos demais elementos que compõem um conceito arquitetônico também devem priorizar sua coloração.

Mas afinal, como a relação entre indivíduos e ambientes pode ser favorecida pelos tons escolhidos em um projeto? O que é a psicologia das cores exatamente?

Conheça os detalhes mais importantes sobre o assunto a seguir. 

O que é a psicologia das cores? 

 

Como você pôde perceber na introdução, a psicologia das cores é a área que estuda como os diferentes tons influenciam a mente e o comportamento humano. 

Os conceitos sobre cor são discutidos há séculos. Podemos citar desde a descrição de Aristóteles para as cores primárias no século IV aC, até a Teoria das Cores de Newton entre os séculos XVII e XVIII.

Contudo, foi o artista e autor alemão Johann Wolfgang von Goethe, no livro A Teoria das Cores, que explorou pela primeira vez os impactos psicológicos dos espectros de tons sobre o humor e as emoções.

Além de propor o sistema de cores primárias, a obra discute uma abordagem diferente de outros autores até então, focando-se também nos impactos que o uso das colorações poderiam gerar nas pessoas. 

Com análises sobre como os indivíduos se comportam diante de diferentes tonalidades, sua ideia era garantir um melhor aproveitamento ao uso das cores em diferentes áreas, estimulando sentimentos e sensações durante suas possíveis aplicações. 

Desde então, diversos segmentos da arte e da arquitetura passaram a considerar quais sentimentos as cores podem desencadear nos sentidos, sendo que recentemente esses efeitos passaram a contar com respaldo científico.

Os estudos atuais são diversos e focados em processos diferentes, mas todos indicam como a psicologia das cores é significativa nas decisões e nos padrões adotados pelas pessoas.

Partindo da teoria proposta por Goethe, e passando pelos padrões que nos condicionam atualmente, podemos concluir que a identificação dos tons pode diferir entre as pessoas, mas os efeitos gerados por eles são universais. 

Como exemplo, podemos citar brevemente que cores frias, como o verde e o azul, transmitem sentimentos de calma e suavidade, enquanto os tons quentes, como amarelo e vermelho, são mais estimulantes e dinâmicos.

 

Psicologia das cores aplicada à arquitetura 

 

No segmento da arquitetura, a psicologia das cores é aplicada para guiar as escolhas de um projeto e torná-lo mais alinhado às rotinas dos seus usuários.

Seja na hora de definir os tons da sala de estar, do quarto, dos banheiros, da cozinha ou até as cores para escritório, a ideia é estimular os sentimentos ideais para os usuários durante a utilização de determinado espaço. 

Por exemplo, se o arquiteto quer dar mais aconchego para o quarto, ele pode optar por tons azulados ou esverdeados. Se a sala precisa de amplitude, recorre-se ao branco. Caso deseje criatividade no trabalho, são escolhidos elementos alaranjados, e assim por diante.

Para atingir os objetivos desejados, em primeiro lugar é necessário conhecer os efeitos de cada cor sobre o indivíduo e o ambiente (que explicaremos no próximo item) e também os elementos a serem considerados no projeto, que podem incluir:

 

  • Dimensão: diz respeito à capacidade que determinadas cores têm de passar a impressão de que um local é maior ou menor;
  • Iluminação: se refere aos níveis de absorção de luz presentes em cada tonalidade, que fazem um ambiente parecer mais ou menos iluminado;
  • Temperatura: está ligada à absorção de temperatura presente nas cores frias e nas cores quentes, que mudam a sensação térmica do espaço;
  • Contraste: trata-se da “quebra” que uma tonalidade produz sobre a outra, capaz de dar mais dinamismo ao projeto ou alterar a percepção de sua composição;
  • Emoção: diretamente relacionada com os sentimentos estimulados pela psicologia das cores.

 

Além desses pontos, outros aspectos importantes devem ser considerados, desde as preferências dos proprietários, até as memórias que as cores despertam em cada pessoa (por exemplo, azul do mar, verde do campo, etc.), a estética da decoração, o design do mobiliário, entre outros que influenciam a relação das pessoas com o projeto.

 

As sensações que as cores proporcionam 

 

Levando os pontos mencionados acima em consideração, é necessário ter em mente as sensações e os comportamentos que cada cor estimula na mente humana. 

Confira abaixo alguns dos principais exemplos aplicações da psicologia das cores na arquitetura e como eles impactam os ambientes em que são utilizados: 

 

Verde

Remete à natureza e à vida. Quando aplicado em detalhes ou no piso, estimula a alegria e a calmaria dos espaços naturais. Já nos locais abertos, complementa jardins e elementos de madeira. Trata-se de uma cor que não incide muita luz e que mantém sua tonalidade original, gerando conforto, frescor e harmonia.  

Azul

Já o azul proporciona maturidade e calma. Quando utilizado em tons claros, é tranquilizante. Sua aplicação pode ser direcionada a grandes ambientes, desde que sejam feitas combinações com outros tons para que a composição não fique monótona.

psicologia das cores - azul

Quando somado ao branco, o azul gera a sensação de frescor e limpeza. 

Vermelho

Por sua vez, o vermelho desperta nossa energia quando utilizado com equilíbrio, mas pode gerar nervosismo se for aplicado em excesso. A ele, são relacionados sentimentos de força, dinamismo e agitação. Bem dosado com outras cores, ele pode ser glamouroso. Do contrário, transmite um ar de vulgaridade. 

Amarelo

O amarelo é uma cor vibrante que geralmente é utilizada para estimular a criatividade e para transmitir alegria. Tende a ser empregado em locais frios e escurecidos, para aumentar a sensação de calor e iluminação. Seu excesso também deve ser evitado, para que a incidência não seja cansativa aos olhos.

Branco

A cor branca é alinhada às sensações de frescor e pureza, sendo direcionada a locais que devem transmitir senso de limpeza. Além disso, o branco aumenta a amplitude dos ambientes, sendo muito aplicado em locais apertados ou pequenos para que se tornem mais confortáveis. 

Preto

Por fim, o preto é uma cor elegante e nobre, mas que deve ser usada com parcimônia, pois pode tornar os cômodos mais “pesados” e com uma sensação espacial menor caso seja utilizado excessivamente. Geralmente, sua aplicação é feita em detalhes da decoração ou em elementos externos.

Além disso, pode ser direcionado a pés-direitos mais altos para que o cômodo pareça levemente rebaixado e mais aconchegante.

 

A influência do espaço físico no comportamento e psicológico dos indivíduos 

 

Somada à psicologia das cores, a arquitetura também é baseada na psicologia ambiental, que trata-se de um conceito criado na década de 1960 para estudar como os humanos são influenciados pela composição e pelas interações de determinados espaços.

Isso significa que, junto da escolha das tonalidades, é fundamental considerar a incidência de luz, o tamanho e a organização dos móveis, as texturas dos elementos, entre outros detalhes que favoreçam não só a usabilidade, mas também as reações geradas por um ambiente.

Levando noções como as de equilíbrio, proporção, ritmo e simetria em consideração, todo o design de um projeto deve ser capaz de gerar certos estímulos nos usuários, proporcionando-lhes mais bem-estar, segurança, acessibilidade e sociabilidade. 

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